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domingo, 25 de novembro de 2012

Desenhos infantis e Técnicas Projetivas – revelação de personalidade e emoções


“O pensamento fala por meio do desenho onde se diz mal ou não se diz nada, o que oferece a oportunidade de saber como o sujeito ignora.” (Sara Paín)

 

As cores, as formas e até a posição do desenho podem dizer muito a respeito da criança que o concebeu. 
 
Desenhar pode ser uma atividade muito divertida, mas também uma preciosa ajuda para avaliações psicológicas infantis e terapias posteriores.
Uma folha em branco e um conjunto de lápis de cera podem fazer maravilhas quando queremos uma criança distraída, mas também encerra imensos mistérios que nos podem ajudar a descobrir se há macaquinhos escondidos naquela misteriosa cabeça.
Por norma, os pais e os professores nem sempre estão por dentro do significado dos desenhos, mas os especialistas em psicologia já estão rotinados. As diferenças começam por ser a nível de sexo. As meninas estão mais voltadas para a natureza, a serenidade, com desenhos mais contemplativos e onde a beleza assume um papel importante com itens como o Sol, nuvens e casinhas e personagens como princesas com vestidos e cabelos longos e coroas na cabeça; já os meninos apostam na ação, na força, nos tons mais escuros e agressivos. Explosões, choques de carros, personagens de joguinhos ou desenhos animados, armas e monstros são habituais em seus desenhos.
Outro diferencial importante tem a ver com a idade. Não se pode avaliar um desenho feito por uma criança de 2 anos da mesma forma que um concebido por uma de dez. A ingenuidade do primeiro tem de ser tida em conta face a uma consciência ponderada do segundo. Ainda assim, os psicólogos vão mais longe nesta matéria e defendem a importância de não avaliar o desenho isoladamente: o contexto, a sua personalidade, o seu desenvolvimento cognitivo e ainda o seu historial de desenhos são critérios a ter em conta.
No campo da psicopedagogia é muito comum o trabalho com Técnicas Projetivas que, segundo Jorge Visca, têm como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo, pelos quais é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem.  As Técnicas Projetivas são propostas de desenhos nos quais cada vínculo a ser analisado é sugerido através de um tema específico. Por exemplo, no vínculo escolar as propostas sugeridas para o desenho são: “Par Educativo” (no qual a criança irá desenha uma situação onde ocorra aprendizado: alguém ensinando e o outro aprendendo), “Eu com meus companheiros” e “A planta da sala de aula”. Os temas que abordam o vínculo familiar são: “A planta da minha casa”, Os quatro momentos do dia” e “Família Educativa”. O vínculo consigo mesmo é avaliado através das seguintes: “O dia do meu aniversário”, “Minhas férias”, “Fazendo o que mais gosta” e “Desenho em episódios”. Para a análise de cada um desses vínculos e temas há critérios de avaliação que devem ser observados atentamente pelo terapeuta e a observação desses critérios devem somar-se aos critérios gerais do diagnóstico. A interpretação de cada técnica projetiva deve ser realizada em função do sujeito em particular e não é necessário aplicar todas as propostas da Técnica Projetiva, o adequado é utilizar somente aquelas que se considerem necessárias em função do que se observou no sujeito.
Vários aspectos devem ser criteriosamente avaliados na análise das Técnicas Projetivas como o tamanho do desenho e das personagens que aparecem nele; se o sujeito que desenha está presente na cena ou não; quem aparece no desenho; o distanciamento das personagens; o uso da borracha durante o desenho (se nunca usa ou usa exageradamente); a transcrição de detalhes nas personagens (como os pés, as mãos, olhos, orelhas, boca); se o desenho está condizente ao que lhe é pedido; se há recusa de desenhar ou escrever; se há recusa de falar sobre o desenho.
Enfim, o que se pode avaliar por meio do desenho ou do relato, de acordo com Sara Paín, é a capacidade do pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção. Também permitirá avaliar a deteriorização que se produz no próprio pensamento.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A bailarina, de Cecília Meireles

Novembro é o mês de Cecília Meireles.


Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901, filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e Matilde Benevides Meireles. Foi filha órfã criada por sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro. Aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros. No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. A partir da década de 30, lecionou Literatura Brasileira em várias universidades. Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Morreu em 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro.
Um pouco da poesia de Cecília Meireles

A bailarina


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.


Obras
Estas são algumas das obras publicadas por Cecília Meireles:
  • Espectros, 1919
  • Criança, meu amor, 1923
  • Nunca mais, 1923
  • Poema dos Poemas, 1923
  • Baladas para El-Rei, 1925
  • Saudação à menina de Portugal, 1930
  • Batuque, samba e Macumba, 1933
  • O Espírito Vitorioso, 1935
  • A Festa das Letras, 1937
  • Viagem, 1939
  • Vaga Música, 1942
  • Poetas Novos de Portugal, 1944
  • Mar Absoluto, 1945
  • Rute e Alberto, 1945
  • Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1948
  • Retrato Natural, 1949
  • Problemas de Literatura Infantil, 1950
  • Amor em Leonoreta, 1952
  • Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952
  • Romanceiro da Inconfidência, 1953
  • Poemas Escritos na Índia, 1953
  • Batuque, 1953
  • Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
  • Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
  • Panorama Folclórico de Açores, 1955
  • Canções, 1956
  • Giroflê, Giroflá, 1956
  • Romance de Santa Cecília, 1957
  • A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
  • A Rosa, 1957
  • Obra Poética,1958
  • Metal Rosicler, 1960
  • Poemas de Israel, 1963
  • Antologia Poética, 1963
  • Solombra, 1963
  • Ou isto ou Aquilo, 1964
  • Escolha o Seu Sonho, 1964
  • Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965
  • O Menino Atrasado, 1966
  • Poésie (versão francesa), 1967
  • Antologia Poética, 1968
  • Poemas Italianos, 1968
  • Poesias (Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969
  • Flor de Poemas, 1972
  • Poesias Completas, 1973
  • Elegias, 1974
  • Flores e Canções, 1979
  • Poesia Completa, 1994
  • Obra em Prosa – 6 Volumes – Rio de Janeiro, 1998
  • Canção da Tarde no Campo, 2001
  • Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
  • Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
  • Episódio Humano, 2007
  • Uma obra bastante particular e pouco conhecida de Cecília Meireles é o infanto-juvenil Olhinhos de Gato. Baseado na vida de Cecília, conta sua infância depois que perdeu sua mãe Matilde Benevides Meireles e como foi criada por sua avó D. Jacinta Garcia Benevides (Boquinha de Doce, no livro)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Halloween


Definição

Hallowed” é uma palavra do inglês antigo que significa santo, e “e’en” também tem origem inglesa que significa noite. Então o significado é “noite santa” ou “All Hallow’s Eve”: “Noite de todos os Santos”.

Origem

A origem da festa de Halloween data da época dos antigos festivais Celta de solstício de verão. Esse povo que viveu há 2000 anos na área que hoje é a Irlanda, o Reino Unido e o Norte da França, celebrava o seu ano novo em 1 de Novembro. Esse dia marcava o fim do verão e da colheita, e o início do inverno escuro e rigoroso, uma época do ano que foi sempre associada com a morte. Com a influência do cristianismo nas terras celtas, no século XVII, o Papa Bonifácio IV decretou o dia 1 de Novembro como “O dia de todos os Santos”, um momento para homenagear santos e mártires. Hoje em dia, acredita-se que o papa estava tentando substituir a celebração celta por uma comemoração da mesma natureza, só que aprovada pela igreja. A celebração também é chamada All-Hallows ou All-Hallowmas (do inglês antigo Alholomesse, que significa All-Saints, Todos os Santos) e a noite anterior, a noite do Samhaim, começou a ser chamada de “Noite de Todos os Santos” (alll-hallows-eve) e, mais tarde, Halloween. Por volta do ano 1000, a igreja decretou o dia 2 de Novembro como o dia dos espíritos, em honra aos mortos.Era celebrado de forma similar ao Samhaim celta, com grandes fogueiras, desfiles, fantasias de santos, anjos e demônios. Juntas, essas três celebrações, a noite de todos os santos, o dia de todos os santos e o dia dos mortos, eram chamadas de Hallowmas.

Algumas tradições

Jack O’Lantern


A mais famosa referência do Halloween é a abóbora oca com orifícios cavados e aparência demoníaca iluminada com uma vela dentro, denominada “Jack-o-lantern” (Jack da Lanterna). Sua origem está no folclore irlandês. Segundo a lenda, em um 31 de Outubro um homem chamado Jack – notório beberrão e trapaceiro – bebeu excessivamente e o diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora pelo último copo de bebida e o diabo concede. Não tendo dinheiro para o último trago Jack pede ao diabo que se transforme em uma moeda. O diabo concorda e, ao ver a moeda sobre a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz. O diabo, ao se ver preso, implora para sair e Jack propõe um trato: liberta-lo em troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro. Sem opção, o diabo concorda. Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e começa a tratar bem as pessoas à sua volta e a fazer caridade. Mas a mudança dura por pouco tempo. No próximo ano, na noite de 31 de Outubro, Jack está indo para casa quando o diabo lhe aparece. Jack, esperto como sempre, convence-o a pegar uma maçã de uma árvore e quando o diabo sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu bolso e desenha uma cruz no tronco. O diabo ao se ver preso na árvore, promete partir por mais dez anos. Jack não aceita a proposta e ordena que o diabo nunca mais o aborreça. O diabo aceita e é libertado da árvore. Para seu azar, um ano mais tarde Jack morre. No céu, sua entrada é negada devido ao pacto com o diabo. No inferno, ele também não é aceito devido a suas trapaças. Porém, com pena da alma perdida, o diabo joga uma brasa pra que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Para que dure mais tempo, Jack coloca a brasa dentro de um nabo oco e esculpiu alguns furos para dar passagem à luz e sai perambulando. Originalmente, as “Lanternas de Jack” eram feitas com nabos, porém quando os imigrantes irlandeses chegaram nos Estados Unidos, em 1840, eles acharam que as abóboras seriam muito mais adequadas e mais abundantes do que os nabos. Assim, as Lanternas de Jack na América, passam a ser uma abóbora iluminada com uma vela.

Trick-or-treat (travessuras ou gostosuras)

 Outro costume da tradição celta constituía em oferecer alimentos aos espíritos malignos para que esses não interferissem negativamente em suas vidas. Com o passar do tempo, essa prática foi modificada, e os alimentos eram dados aos mendigos. Em troca, eles oravam pelas almas dos entes mortos dos aldeões. Na Irlanda, eram organizadas procissões para angariar oferendas dos agricultores. Aqueles que se recusassem, teriam suas colheitas amaldiçoadas pelos espíritos: uma chantagem que originou o Trick-or-treat.Quando esse costume foi levado pelos imigrantes irlandeses para a Nova Inglaterra (Estados Unidos), as principais travessuras baseavam-se em escrever nos muros das casas e retirar a tranca dos portões.

A partir do século IX, os cristãos europeus adotaram uma prática semelhante denominada “Souling”. Naquela época acreditava-se que as almas dos mortos permaneciam um período no limbo e só alcançariam o reino divino através de muita oração. Assim, no dia 2 de Novembro (dia de todas as almas) os cristãos perambulavam pelas vilas oferecendo orações pelas almas dos mortos. Em troca, os familiares de parentes mortos davam tortas de pão com groselha chamadas “soul cakes” (bolos da alma). A distribuição desses bolos era encorajada pela igreja como uma forma de substituir a antiga prática de deixar comida e vinho para os espíritos errantes. A prática que era chamada de “going a souling” foi sendo denominada pelas crianças que visitavam as casas da vizinhança e recebiam bebidas, comida e dinheiro. Atualmente, na tradição americana, o “trick-or-treat” é praticado por crianças que saem de casa em casa pedindo doces e aprontam travessuras com quem não entra na brincadeira. 



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

TDAH - informações e orientações


CAUSAS
 Hoje é sabido que a ocorrência de TDAH (ADD do inglês: Attention Déficit Disorder) está muitas vezes relacionada a problemas durante a gravidez e parto.
Complicações perinatais, ingestão de álcool e utilização de drogas durante a gravidez, infecção do Sistema Nervoso Central na primeira infância, efeitos colaterais de certas medicações, predispõem o Déficit de Atenção. Causas ambientais, tais como, desvantagem social, famílias numerosas e superlotação também já foram apontadas.
Sua origem é genética e seus portadores apresentam uma taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção, tendo como conseqüência a falta de concentração, característica primordial do hiperativo, e o esquecimento daquilo que lhe é pedido. 
A incidência é maior em meninos, chegando a 80% dos casos, do que em meninas, e por esse motivo pode estar relacionado ao hormônio masculino, a testosterona. Chega a atingir de 3 a 5% da população escolar infantil, provocando baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e dificultando os relacionamentos entre os colegas (SMITH e STRICK, 2001). É um problema que atinge, em todo o mundo, cerca de 5% das crianças e adolescentes. Um dos distúrbios de atenção, muitas vezes confundido com indisciplina, é o chamado hiperatividade.
HIPERATIVIDADE
Para caracterizar um hiperativo é importante se levar em conta o tempo que a criança começou a apresentar os sintomas, que deverão ser ininterruptos e com duração mínima de seis meses sem limitar-se a apenas uma situação.
É importante que cada caso seja observado com muito cuidado porque existem crianças que apresentam algumas características típicas do TDAH, mas não são hiperativas, são crianças agitadas devido a alguma situação pela qual esteja passando ou mesmo por características da personalidade. 
CARACTERÍSTICAS
Uma criança ou um adulto hiperativo pode estar em qualquer lugar; batendo os pés, sentando e levantando a todo o momento, cantando sem parar, assobiando em horas impróprias, distraindo-se com facilidade, impacientes em filas, não se mantêm sentado durante as refeições, não se concentra em um canal de televisão mudando sempre, faz movimentos desnecessários com o corpo, possui gestos bruscos, tem sono agitado, perde-se no tempo.
Quando bebês, normalmente possuem sono intranqüilo, mexendo-se muito, ao começar a andar tropeçam e se esbarram mais do que o normal. Podem apresentar um retardo na fala e troca de letras por um período maior.
Na realidade não podemos dizer que esta criança não presta atenção a alguma coisa, mas sim a várias coisas ao mesmo tempo e por isso distrai-se facilmente. O hiperativo apresenta certa incoordenação motora. Possui dificuldade para andar de bicicletas, patins, pular cordas, subir em árvores, abotoar roupas, amarrar sapatos, fazer recortes com tesoura, arremessar bola etc.  Pode apresentar ainda dificuldade em distinguir direita de esquerda, alterações de memória visual e auditiva, em orientar-se no espaço, fazer discriminações auditivas, em elaborar sínteses auditivas, além de possuir má estruturação do esquema corporal.
Em geral, é desorganizada, distraída, esquecida, bagunceira, não gosta de limites, possui dificuldades em completar tarefas, e nos relacionamentos com colegas. Estas características ficam mais evidentes e perceptivas no período escolar cujo nível de concentração deve aumentar para que ocorra a aprendizagem.
Na escola é a criança problema, respondendo aos professores com agressão, não respeitando limites, xingando e batendo nos colegas, não se concentrando e atrapalhando as aulas, o que prejudica seu rendimento escolar. Geralmente é apontada como desorganizada pelos professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou deixa pela metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o que começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas tarefas, não parar quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é bombardeada por palavras desagradáveis seja por partes dos professores ou colegas. Esta atitude tende a baixar sua auto-estima.
Em casa deixa os pais desorientados. Bagunça o quarto, sobe em armários, não senta à mesa para refeições, não obedece. Os pais devem estar atentos para quando perceber um comportamento excessivamente agitado e unindo às queixas escolares, procurar um especialista. É importante que as queixas não sejam somente em casa, mas que se apresentem em outros lugares também, assim descarta-se a hipótese de querer aborrecer os pais por algum motivo que lhe esteja incomodando como o nascimento de um irmão, os pais trabalharem fora muito tempo e não lhes dar atenção etc.
DIAGNÓSTICO
Um diagnóstico e tratamento corretos poderão ajudar a criança a diminuir as repetências, elevar sua concentração por um período maior de tempo, evitar depressão, superar problemas de relacionamento, ajudá-lo na orientação vocacional, evitar envolvimento com drogas.
Muitos pais demoram muito de procurar ajuda ou não aceitam um diagnóstico de hiperativo, por achar que é coisa da idade, que toda criança é agitada mesmo, que isso irá passar. Porém quando o problema demora a ser diagnosticado, o hiperativo, a partir da sua puberdade, pode procurar as drogas, o álcool, praticar agressões sexuais, a fim de tentar superar suas dificuldades em adaptar-se à vida social, e em alguns casos podem cometer até o suicídio. 
O diagnóstico de um especialista é importante porque nem sempre aquela criança agitada é hiperativa. A hiperatividade poderá ser confundida com outras patologias ou mesmo vir junto com estas, tais como: autismo, deficiência auditiva, dislexia, deficiência mental, que pode tornar o diagnóstico difícil, tendo, portanto que ser realizado por um profissional especializado.
Para fazer o diagnóstico é necessário fazer uma anamnese com pais, observações e análises criteriosas com pessoas de seu convívio como professores, empregadas e terapeutas se estiver sendo acompanhado por alguém. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não podem fornecer este diagnóstico. Um avaliação com um neurologista é um passo importante para iniciar a fase do diagnóstico.
TRATAMENTO 
Segundo a ABDA, a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental.  Informa ainda que o tratamento com fonoaudiólogos é recomendado onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
O TDAH não é um problema de dificuldade de aprendizagem, porém o comportamento da criança atrapalha muito seu rendimento. O psicopedagogo poderá ajudá-lo a obter maior concentração através de jogos e outras técnicas.
Para um tratamento adequado é importante um trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas. Deverá ser traçadas estratégias de como lidar com esta criança em casa, na escola e na clínica para que não haja distorções na maneira de lidar com ela. Criar regras, modificar o ambiente tornando-o mais adequado e menos perigoso, flexibilização no currículo escolar, adequar o tempo dividindo as atividades em partes, por exemplo, são algumas das modificações a serem providenciadas.
Em casos mais graves a psicoterapia sozinha não resolve, sendo indicado o uso de medicamento, porém é totalmente reprovado o uso da automedicação. O medicamento deverá ser indicado pelo médico, mais provavelmente o psiquiatra ou neurologista. Muitos possuem efeitos colaterais, por isso é importante o acompanhamento médico para que ele mude se necessário verificando o mais adequado e o que melhor o paciente se adapta.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Era uma vez uma escola

Poema de Andrea Cecília Ramal, em homenagem a Paulo Freire


Era uma vez uma escola
onde trabalhava um mestre
que ensinava diferente
de tudo o que conheceste.

Em sua aula, não dizia
"nada sabes, só eu sei",
nem falava assim: "copiem
tudo isso que expliquei".

Disse que não era ele
só quem tinha que ensinar
e falou que todo mundo
tinha algo para dar.

Ninguém educa ninguém"
Ninguém "dá" educação:
"os homens é que se educam,
um ao outro, em comunhão".

Ensinando o alfabeto
não pediu, como já vi
pra escrever "uva", "vovó",
"asa", "ema" ou "siri
pediu pra escrever "tijolo",
"enxada", "trabalhador",
ensinou a escrever "salário",
"justiça", "direito", "amor".

Depois ele então pedia
pra falar nossa opinião
pois essas belas palavras
estavam nas nossas mãos.

Nós sentados sempre em roda
íamos tendo consciência
de que toda a teoria
de que toda a ciência
só têm valor para o mundo
se ajudam a transformar
se ajudam o homem pobre
aos problemas superar.

Naquela sala de aula
se formava todo dia
em nossa humilde cabeça
uma linda utopia
Podemos mudar o mundo!
Pra isso serve aprender!
Pra construir a sociedade
nossa enxada é o saber!

Era assim como se dava
cada aula deste mestre
e no fim não tinha nota
nem tinha prova, nem teste:
Cada um ia falando
se se sentia aprovado
porque percebia em si
como ele tinha mudado.

Tu também vais hoje à escola?
Tu também tens o teu mestre?
E tu, como te avalias
No fim de cada bimestre?
Quanto é que tu mudaste
em razão e sentimento?
O que deste tu ao mundo
com o teu conhecimento?

Não te esqueças de uma coisa:
se acaso o teu professor
não te vê como pessoa,
não procura teu valor

Se contigo nada aprende
se não pode te escutar
e apenas nas suas provas
é que podes te expressar

Se não fala de justiça
se não quer transformação
se não vê na aprendizagem
um instrumento da ação

Se ele nunca põe afeto
na sua aula exemplar
e é só ele quem escolhe
a matéria que vai dar

Fala a ele desse mestre
que acabei de te falar;
conta a ele dessa escola
onde se pode sonhar.

Quem sabe ele te escute
e juntos possam viver
a fascinante aventura
que se chama aprender.

(In: Histórias de gente que ensina e aprende. São Paulo: EDUSC, 1999, pp. 27-28.)


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cada um aprende de um jeito - O grande desafio da escola



Existem crianças altas e baixas, loiras e morenas, gordas e magras...
Algumas nasceram em lares com pai, mãe e irmãos, todos alfabetizados e leitores...
Outras nem conhecem os pais, moram com os avós, os tios, um parente distante... 
Muitas viajam nas férias. Conhecem o mar, o mato e gente de lugares variados... 
Há quem nunca tenha saído do bairro em que nasceu... 

Ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa tem uma história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. É assim na vida, é assim na escola. 

E o grande desafio - e responsabilidade - da escola é como elaborar um projeto de ensino que atenda a todos os alunos, sem exceção, dos mais sensíveis aos mais pragmáticos, dos mais competitivos aos mais colaborativos, dos mais lentos aos mais rápidos, dos vindos de lares desestruturados aos que têm família com laços sólidos, dos portadores de necessidades especiais aos superdotados.

O papel da escola se torna cada vez mais engajado em atender a toda essa demanda que lhe é delegada. Não se restringe mais a tão somente "formar cidadãos conscientes" e todo aquele blá, blá, blá, muitas vezes contraditório. Estamos vivenciando um tempo em que a escola é a extensão da diversidade acentuada, do multicultural, da multivalência, da metacognição... E para isso ela tem que ser multi, poli, pluri... Esse é o grande desafio da escola hoje. Se cada um aprende de um jeito, ela tem que disponibilizar todos os jeitos para alcançar a todos os seus alunos, sem exceção!

Artigo completo em http://psicopedagogiaeaprendizagem.com/?p=127

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Os despertadores

Homenagem aos professores


É preciso despertar as pessoas do sono; emergi-las do estado da indiferença, da letargia, torná-las completamente conscientes para a vida.

Tempos de crescimento e transformação em nossas vidas normalmente acontecem quando acordamos para o mundo. O resultado deste "despertar" renova nossos sonhos, expandem nossa consciência, clareia nossa percepção e revitaliza tanto nosso físico quanto nossa alma.

Professor é um "despertador" de várias maneiras; despertando novas ideias e possibilidades para seus alunos. Despertar envolve promover o desenvolvimento de seus alunos em nível de visão do mundo, missão e espírito. Um professor "despertador" garante o suporte necessário ao descobrimento, à construção da aprendizagem; fornece contextos e experiências que conduzem a objetivos alcançáveis, a compreensão de si próprio e do mundo à sua volta. 

Mas não é possível sermos um "despertador" se nós mesmos estamos dormindo. Então, a primeira tarefa de um "despertador" é despertar e permanecer acordado. Um "despertador" acorda os outros através de sua própria integridade e coerência de atitudes. Um "despertador" coloca as outras pessoas em contato com suas próprias missões e visões. O trabalho do "despertador" é iluminar situações as quais estão obscuras e não jogá-las na sombra da escuridão em que elas já se encontram. 

Despertar as pessoas envolve aceitação incondicional de "quem" e "como" elas são e quem elas poderão ser; mostrar que sempre há possibilidades e escolhas e orientá-las para as melhores.  

A todos os Professores meu carinho e consideração. E meu desejo expresso que todos, sem exceção, tornem-se "despertadores". 





quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Paz nas escolas! Muito lindo o conteúdo deste vídeo


Bom, o vídeo já diz tudo. As palavras são desnecessárias. 
Linda mensagem! Diga não ao bullying!

(Leia o artigo completo em http://psicopedagogiaeaprendizagem.com/?p=103)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Anorexia. Valeu a pena?

Emagrecer, só vale se for com saúde! Hoje em dia, tantas pessoas, em especial
mulheres, meninas, demonstram-se muito preocupadas com o corpo e a aparência física. Sim, devemos nos preocupar com isso, mas não podemos nos esquecer da nossa saúde. Tantas pessoas entram em dietas malucas, vão ao extremo para conseguirem um corpinho bonito, mas no final das contas acabam prejudicando sua saúde ou desenvolvendo distúrbios alimentares, como o caso da anorexia e a bulimia. Em 1975 a cantora Karen Carpenter (do grupo Carpenters) desenvolveu anorexia nervosa. Ela era magra e sempre fazia dietas. Na turnê daquele ano teve de cancelar apresentações devido à sua fraqueza. Com o passar dos anos os efeitos causados pela anorexia se tornaram mais fortes. Ela tentou em 1982 tratamento com um psicoterapeuta famoso. Ganhou peso, teve uma relativa melhora, mesmo assim, no ano seguinte, Karen teve uma parada cardíaca. Morreu aos 32 anos. Era bela, rica e famosa. Valeu a pena? Lembra-se da Terri Schiavo? Aquela mulher que estava em coma havia mais de 15 anos e o marido ganhou na justiça do direito de desligar os aparelhos. Pouca gente sabe que Terri sofreu um ataque cardíaco em 1990 decorrente de anorexia e bulimia. Valeu a pena? A modelo Ana Carolina Reston Macan nasceu em Jundiaí de uma família de classe-média. Desde criança sonhou ser modelo. Depois de vencer um concurso no interior de São Paulo chamou a atenção das agência de modelo aos 13 anos. No mês passado, estava com viagem marcada para sessão de fotos em Paris. Por estar muito magra teve alguns trabalhos recusados. As agências sabem mais do que ninguém o custo de ações legais destes tipos de caso. Entretanto, modelos cadavéricas continuam a desfilar nas passarelas mais chiques do mundo da moda. Ana Carolina foi internada no dia 25 com insuficiência renal pesando apenas 40 kg. Rapidamente seu quadro piorou e teve infecção generalizada. Morreu aos 21 anos. Era bela, jovem e com toda uma carreira pela frente. Valeu a pena? Enfim, a grande questão é: vale a pena emagrecer e comprometer a saúde? O mínimo que podemos fazer é optar por estilo de vida e dietas saudáveis.

domingo, 7 de outubro de 2012

Filhos brilhantes, alunos fascinantes

Trecho do livro de Augusto Cury, Filhos brilhantes alunos fascinantes. Lindo texto!

FILHOS BRILHANTES ALUNOS FASCINANTES

 Bons filhos conhecem o prefácio da história de seus pais. Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas.

 Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes.

 Bons jovens têm sonhos ou disciplina. Jovens brilhantes têm sonhos e disciplina. Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas, que nunca transformam seus sonhos em realidade, e disciplina sem sonhos produz servos, pessoas que executam ordens, que fazem tudo automaticamente e sem pensar.

Bons alunos escondem certas intenções, mas alunos fascinantes são transparentes. Eles sabem que quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo. Não querem, como alguns políticos, o sucesso a qualquer preço. Só querem o sucesso conquistado com suor, inteligência e transparência. Pois sabem que é melhor a verdade que dói do que a mentira que produz falso alívio.

A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe. O destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos. Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão.

Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações.

Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar. Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora.

Procurem um grande amor na vida e cultivem-no. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueçam, em primeiro lugar tenham um caso de amor consigo mesmos.

Augusto Cury
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