Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901, filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e Matilde Benevides Meireles. Foi filha órfã criada por sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro. Aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros. No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. A partir da década de 30, lecionou Literatura Brasileira em várias universidades. Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Morreu em 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro.
Um pouco da poesia de Cecília Meireles
A bailarina
Esta
menina
tão
pequenina
quer ser
bailarina.
Não
conhece nem dó nem ré
mas sabe
ficar na ponta do pé.
Não
conhece nem mi nem fá
Mas
inclina o corpo para cá e para lá.
Não
conhece nem lá nem si,
mas
fecha os olhos e sorri.
Roda,
roda, roda, com os bracinhos no ar
e não
fica tonta nem sai do lugar.
Põe no
cabelo uma estrela e um véu
e diz
que caiu do céu.
Esta
menina
tão pequenina
quer ser
bailarina.
Mas
depois esquece todas as danças,
e também
quer dormir como as outras crianças.
Obras
Estas são algumas das obras publicadas por Cecília Meireles:
- Espectros, 1919
- Criança, meu amor, 1923
- Nunca mais, 1923
- Poema dos Poemas, 1923
- Baladas para El-Rei, 1925
- Saudação à menina de Portugal, 1930
- Batuque, samba e Macumba, 1933
- O Espírito Vitorioso, 1935
- A Festa das Letras, 1937
- Viagem, 1939
- Vaga Música, 1942
- Poetas Novos de Portugal, 1944
- Mar Absoluto, 1945
- Rute e Alberto, 1945
- Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1948
- Retrato Natural, 1949
- Problemas de Literatura Infantil, 1950
- Amor em Leonoreta, 1952
- Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952
- Romanceiro da Inconfidência, 1953
- Poemas Escritos na Índia, 1953
- Batuque, 1953
- Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
- Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
- Panorama Folclórico de Açores, 1955
- Canções, 1956
- Giroflê, Giroflá, 1956
- Romance de Santa Cecília, 1957
- A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
- A Rosa, 1957
- Obra Poética,1958
- Metal Rosicler, 1960
- Poemas de Israel, 1963
- Antologia Poética, 1963
- Solombra, 1963
- Ou isto ou Aquilo, 1964
- Escolha o Seu Sonho, 1964
- Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965
- O Menino Atrasado, 1966
- Poésie (versão francesa), 1967
- Antologia Poética, 1968
- Poemas Italianos, 1968
- Poesias (Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969
- Flor de Poemas, 1972
- Poesias Completas, 1973
- Elegias, 1974
- Flores e Canções, 1979
- Poesia Completa, 1994
- Obra em Prosa – 6 Volumes – Rio de Janeiro, 1998
- Canção da Tarde no Campo, 2001
- Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
- Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
- Episódio Humano, 2007
- Uma obra bastante particular e pouco conhecida de Cecília Meireles é o infanto-juvenil Olhinhos de Gato. Baseado na vida de Cecília, conta sua infância depois que perdeu sua mãe Matilde Benevides Meireles e como foi criada por sua avó D. Jacinta Garcia Benevides (Boquinha de Doce, no livro)
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